Jovens participaram de oficinas e debates sobre o mundo do trabalho com organizações
Jovens estudantes da rede pública estadual de ensino de São Paulo tiveram a oportunidade, recentemente, de participar de uma série de ativações e oficinas gratuitas, como de produção audiovisual, oficina multimídia e atividades maker. As ações foram parte do evento “Trampos do Futuro: arte, cultura e educação”, realizado em fevereiro pelo Itaú Educação e Trabalho, organização da Fundação Itaú. A iniciativa reuniu mais de 4 mil estudantes para conectá-los com os conceitos das Economias do Futuro e da Educação Profissional e Tecnológica (EPT).
Os jovens participaram ativamente das oficinas gratuitas. Entre elas, o Instituto Kondzilla ofereceu uma formação audiovisual para os estudantes que visitaram seu espaço, que teve como foco o tema das economias criativa e digital. “A nossa oficina pode servir para que os jovens possam fazer uma cobertura mais orgânica do próprio evento, pois sabemos que muitos estão criando conteúdos legais. Com a oficina também conseguimos trazer um pouco da cultura urbana e do funk, que dialoga muito com essa juventude, para dentro do evento”, afirmou João Vitor Caires, diretor executivo do Instituto Kondzilla. No evento, o Instituto também produziu o ‘Jovem Cast’, um podcast de “jovem para jovem”, entrevistando participantes e palestrantes do evento.
A presença do Instituto também coincidiu com o lançamento de seu curso Escola de Criadores, que irá formar 1.500 alunos de forma online em todo o Brasil e depois contará com laboratórios de audiovisual e criatividade nas cidades de São Paulo, Cubatão e Guarujá, no estado de São Paulo. “Estarmos aqui também é uma oportunidade de falar para esses jovens que, em breve, terão a oportunidade de ingressar nesse curso. Muitos estão interessados em seguir carreiras criativas, se inscreveram no nosso workshop de produção audiovisual e estão participando das rodas de conversa. Para nós é uma oportunidade muito rica de dialogar com essa galera e de convidá-los para estar perto”, disse João Vitor.
Também marcou presença no evento a iniciativa “Um Milhão de Oportunidades" (1MiO), liderada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), uma aliança que mobiliza empresas, sociedade civil, governos e, especialmente, jovens em prol de oportunidades profissionais para as juventudes. No espaço da iniciativa, os estudantes recebiam um tipo de ‘passaporte’ a ser carimbado com adesivos de cada uma das estações do evento em que passaram. A 1MiO também trouxe jovens de territórios semiáridos e da Amazônia, locais onde a UNICEF atua prioritariamente, para participarem das rodas de conversa. “Espaços para compartilhar experiências que tenham jovens e pessoas que já trabalham nesses temas é muito importante não só para criar oportunidades, mas também para abrir visões de mundo porque muita gente, baseada nas próprias experiências de vida, não teve acesso e nem oportunidade de pensar, relativizar sobre essas questões ou outros tipos de projetos de vida”, contou Laiane da Silva, de Salvador, BA, que veio ao evento por convite da 1MiO.
“Nossa iniciativa está muito vinculada a esse olhar da inclusão produtiva para os grupos mais vulneráveis,” diz Gustavo Heidrich, oficial de educação da UNICEF e coordenador da iniciativa 1MiO. “A gente busca trazer tanto para as empresas que são parceiras, as organizações sociais, para os governos municipais, estaduais e federal, essa dimensão das necessidades específicas para cada perfil de juventude”.
Cultura juvenil
Além de uma oficina de audiovisual e multimídia, o espaço do Geledés – Instituto da Mulher Negra, contou com uma palestra de lançamento do livro “Pedagogia Hip-hop e Culturas Juvenis nas escolas”, baseado em um estudo pedagógico feito em escolas públicas de São Paulo. Também foi feita uma roda de conversa sobre os 30 anos do “Projeto Rappers: História e Legado”, uma iniciativa do Geledés para apoiar os jovens hip hoppers da periferia de São Paulo nos anos 1990.
“Eu acho fundamental esse compromisso em dialogar educação e trabalho, pensando principalmente nos desafios que a juventude brasileira enfrenta ou que impedem o pleno desenvolvimento das juventudes negras,” afirmou Suelaine Carneiro, coordenadora do Geledés, sobre a participação no evento. “O livro que lançamos procura contribuir com o fazer pedagógico, mas também com a política pública no sentido de respeitar e valorizar a diversidade, que ela enfrente o racismo, o sexismo, a LGBTfobia e torne o espaço escolar e a aprendizagem um direito de todos os estudantes.”
O Sesi esteve presente também no evento com demonstrações e oficinas de montagem de robôs. Os instrutores eram os próprios alunos SESI SENAI Mecatrônica. “Estamos fazendo uma oficina de robô sumô, promovendo os valores principais da nossa competição First Robotics Competition (FRC) e estamos colocando em prática habilidades do trabalho em equipe, da diversão, da inclusão, da pesquisa e da inovação,” afirma a instrutora Ana Clara Pallet, de 15 anos. “É importante que as instituições façam esses eventos tanto para o nosso crescimento pessoal como para o profissional porque são nesses eventos que a gente acaba tendo alguma inovação ou descoberta e impulsionando a tecnologia, a inteligência artificial ao nosso favor, não só nas carreiras STEM (que envolvem Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), mas como também em outras áreas como área da saúde”.
Durante o encontro, os alunos também tiveram acesso a um espaço de oportunidades, com vagas de estágio e aprendizagem profissional, em empresas e organizações como Fundação Itaú, Auren – Mercado de Energias Renováveis, Fundação Roberto Marinho, Instituto Oportunidade Social, Amazon - AWS Re/Start, Associação Brasileira de Empresas de Software, Magalu, Instituto Coca-Cola Brasil, entre outros, além de oportunidades de formação.
Entre as atividades, ainda, a Árvore do Amanhã, realizado pela co.liga, uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, recebeu bilhetes dos estudantes. Em cada galho da árvore, eles puderam refletir sobre suas expectativas para o futuro e deixar mensagens que foram transformadas em um manifesto coletivo de todas as cartas, expressando um desejo de transformação e sonhos da juventude, lido no final do ‘Trampos do Futuro’. “O ‘Trampos do Futuro’ é um momento importante de celebração por um lado, mas de engajamento também por outro, é uma alavanca de comunicação,” disse João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho. “É um evento super representativo porque traz algumas iniciativas grandes do Brasil que têm inspirado possibilidades de políticas públicas, mas também dialoga com o governo e com atores estratégicos para trabalho e juventudes”, conclui.