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“Quando queremos somos capazes de superar qualquer desafio”

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Luana Carla, do Rio Grande do Norte, conta sua experiência com o curso técnico de mineração e suas possibilidades

O estado do Rio Grande do Norte é conhecido por seu potencial mineral, devido ao clima tropical litorâneo que engloba uma diversidade de minerais metálicos, não metálicos e energéticos, em especial a scheelita, usado na fabricação de cal, cimento e na agricultura. Neste cenário de área aquecida no território, a oportunidade de especialização em áreas de mineração surge para as juventudes como uma porta para o mundo do trabalho. 

Luana Carla, de 22 anos, é um exemplo de jovem que contou com a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para aproveitar as oportunidades na área. Técnica em mineração, pela Escola Estadual Manoel Salustino, em Currais Novos, no Rio Grande do Norte, Luana encontrou seu caminho em um setor que inicialmente desconhecia, mas que se tornou uma paixão. Seu percurso ilustra como a EPT pode iluminar o caminho para jovens talentosos, mesmo quando as possibilidades parecem escassas. 

A oportunidade de estágio no Centro de Tecnologia Mineral (CT Mineral), em Currais Novos, foi um ponto de virada crucial. “Quando saímos da escola, temos a base teórica, mas é na prática que realmente entendemos. O estágio é essencial para nos mostrar como é o trabalho no dia a dia e nos ajudar a decidir o futuro”, relata. O estágio não só solidificou seu conhecimento prático, mas também a levou a um projeto de pesquisa focado em scheelita, uma experiência enriquecedora que a preparou para ingressar como técnica no CT Mineral, ainda em 2021. 

Além de sua jornada pessoal, Luana é um exemplo de como as mulheres estão conquistando espaço na indústria da mineração, antes vista como uma área masculina. “Aqui no CT, trabalhamos com material pesado, mas as mulheres podem sim! Quando queremos, somos capazes de superar qualquer desafio, independente do gênero”, afirma. 

Ela também ressalta a importância da preservação ambiental na mineração, uma preocupação constante nos dias de hoje. “Temos um forte compromisso com a sustentabilidade. Procuramos minimizar os impactos ambientais e contribuir para a restauração das áreas afetadas pela mineração”, explica Luana, que vivenciou no curso técnico estratégias para reduzir o impacto ambiental, como a plantação de vegetação nativa próxima a jazidas.  

Luana reflete sobre a importância de aproximar os Institutos Federais (IFs) das outras redes estaduais de educação, destacando os benefícios de uma integração mais ampla. “Quando eu me formei na escola, não tínhamos muito material didático, os professores levavam suas coleções pessoais para termos o mínimo acesso. Quando eu visitei um IF era totalmente diferente, os laboratórios, os maquinários, tudo”, comenta. Luana acredita que uma maior integração entre essas redes educacionais poderia resultar em uma sinergia positiva, combinando as perspectivas únicas de ambos os sistemas para enriquecer ainda mais o conhecimento dos estudantes.  

Olhando para o futuro, ela planeja continuar sua trajetória acadêmica, buscando um curso superior em geologia. Seu desejo é aprofundar o conhecimento e expandir as habilidades na área, mergulhando ainda mais fundo no vasto campo da geologia, onde espera explorar novas fronteiras de descoberta e inovação. 

Para Luana, a mensagem para outros jovens é clara: “O curso técnico é como um norte que você pode seguir. Se você tem afinidade com aquele tema, é natural buscar oportunidades de trabalho naquela área ou até mesmo prosseguir para um curso superior relacionado. Mas, mesmo se você descobrir que o curso técnico não é exatamente o que esperava, ainda há opções”. Assim, ela encoraja outros jovens a seguir seus sonhos, aproveitar as oportunidades de formação profissional e tecnológica e trilhar seu próprio caminho para o sucesso. 

(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho em agosto de 2023)

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