Aluna egressa da EPT é reconhecida pela Associação Brasileira de Zootecnistas como estudante de destaque na área
Chapada, um município pacato com menos de dez mil habitantes no Rio Grande do Sul, viu nascer uma história inspiradora de dedicação e superação. Kátia Meier, uma jovem de 22 anos, encontrou na Educação Profissional e Tecnológica (EPT) uma possibilidade de construir uma trajetória de crescimento e conquistas.
Atualmente, ela é estudante do curso de zootecnia na Universidade Federal de Santa Maria, campus Palmeira das Missões, mas sua paixão pela área começou antes mesmo de ingressar na escola técnica. Ela conta que visitava sua irmã, nos finais de semana, no curso técnico de agropecuária ofertado pela Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, no município rural de Palmeira das Missões. Lá, conheceu a agropecuária e agarrou a oportunidade de também se especializar na área quando pôde. “Minha irmã foi minha principal influência para escolher o curso técnico em agropecuária. Passávamos os fins de semana juntas e isso moldou minha decisão”, explica a hoje graduanda.
O início não foi fácil. Em 2016, ano de ingresso no curso técnico, houve uma mudança no processo seletivo da Escola Celeste Gobbato, que passou a ser por sorteio das vagas, o que a deixou na posição 131ª suplente. Contudo, a determinação de Kátia a impulsionou a não desistir. “Isso só fortaleceu minha vontade de entrar. Já sabia que tentaria novamente no ano seguinte”, comenta. Na mesma época, ao se matricular no magistério, Kátia recebeu um convite inesperado para ingressar na Celeste Gobbato, marcando assim o início de sua jornada.
A escolha pela graduação em zootecnia se consolidou durante o curso técnico em agropecuária, enquanto Kátia participava ativamente de atividades que incentivavam a permanência dos estudantes no meio acadêmico. Em uma visita à universidade como monitora ela conheceu a professora Ione, que a encorajou a seguir esse caminho. “Ser monitora do abate foi crucial. A professora da universidade me perguntou sobre meu interesse, e ali decidi: 'Vou fazer zootecnia'”, diz ela, que ingressou no curso universitário anos depois.
Kátia diz que o apoio dos professores foi vital para sua jornada, em especial o da docente Ione que também a inspira como mulher de destaque na sua área de atuação. “Os professores sempre me incentivaram a buscar especializações, mesmo que não fossem exatamente na minha área. Isso faz toda a diferença na formação dos estudantes”, diz ela.
Recentemente, Kátia foi reconhecida como estudante destaque em zootecnia, ao receber o primeiro lugar em nível estadual e o terceiro em nível nacional pela Associação Brasileira de Zootecnistas. “Receber o reconhecimento nacional foi uma honra. Isso valida todo o esforço e dedicação ao longo da minha jornada acadêmica”, diz.
Sua dedicação também se reflete em projetos, como o experimento de forrageiras - plantas que têm como propósito proteger o solo, fornecer palha para o plantio direto e alimento para o consumo animal -, que realizou durante sua formação técnica, em parceria com professores e estudantes da escola. “Aqui temos um exemplo prático de como teoria e prática se complementam. O experimento de forrageiras é um projeto coletivo que traz benefícios reais para o produtor”, conclui.
Atualmente, ela cursa o nono semestre de zootecnia e se prepara para realizar um estágio no Uruguai, orientada por um egresso do mesmo curso. “Isso mostra que tem profissionais que saíram da (escola) Celeste Gobbato bem inseridos no mundo do trabalho. Depois do estágio, pretendo seguir com mestrado e doutorado para contribuir ainda mais para o desenvolvimento da zootecnia”, planeja.
(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho)
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