“Podemos perder tudo, menos o conhecimento”

Egressa do curso técnico de mecânica industrial e sua supervisora de engenharia destacam a importância da entrada dos jovens no mundo do trabalho

Egressa do curso técnico de mecânica industrial da escola EEEFM Arnulpho Mattos, de Vitória (ES), e atualmente cursando engenharia mecânica na Faculdade UCL, em Serra (ES), Damarys Gomes, de 19 anos, já está inserida no mundo do trabalho. Ela atua na empresa GTOP, especializada em soluções integradas de engenharia, como auxiliar técnica.

Segundo ela, foi o curso técnico que abriu portas para que entrasse na empresa, ainda como estagiária, por meio da indicação de um de seus professores. “Desde que entrei, tive a oportunidade de trabalhar na área de projetos, de topografia e, agora, com sondagem, fazendo o acompanhamento das equipes de campo e estudos de solo para determinar as melhores condições para as obras que entregamos. Por meio do curso, tive a oportunidade de me inserir no mundo do trabalho muito jovem. Hoje sei como lidar com clientes e como entregar resultados. Por isso, entendo a importância de uma formação. Sem o técnico, não estaria onde estou”, afirma.

Damarys também reforça que a educação profissional a auxiliou a ter uma base sólida para ingressar no curso superior. “Tenho noção de tudo que estou aprendendo nas aulas de engenharia mecânica, porque já vi anteriormente e vivenciei no técnico, tanto na parte teórica quanto na prática. Além disso, me permitiu poder tentar uma vaga no programa Nossa Bolsa, do estado, e eu consegui. Sair do ensino médio, com essa formação, foi extremamente importante para mim. É algo com um valor incomparável. As oportunidades e os empregos são muito melhores”, explica.

A empresa GTOP tem investido constantemente na captação de jovens e na atração de talentos. Segundo o gestor comercial, Wesley Lima, a busca por pessoas que estão estudando ou que finalizaram recentemente os estudos traz modernidade, qualificações e especificações que eles necessitam. “Temos trabalhado com instituições de ensino estaduais e, até nacionais, buscando por esses talentos. Com a era digital e a tecnologia vista hoje, precisamos cada vez mais de jovens com a mente aberta, interativos e interessados para que a gente consiga evoluir juntos. Estamos felizes em abrir esse espaço e essa oportunidade”, conta ele.

Damarys conta com o apoio na GTOP e da supervisora Luana Cavatti, que também foi estagiária como ela e, desde então, tem trilhado um caminho de conquistas em sua trajetória profissional, tornando-se um exemplo para jovens contratados. Para Luana, a base teórica aprendida pelos estudantes nos cursos técnicos é importante para o dia a dia no trabalho. “É ótimo quando o aluno já vem capacitado. Com uma formação técnica, ele chega na empresa sabendo manusear programas que a gente lida no dia a dia. Além disso, geralmente eles chegam empolgados, pois já sabem um pouco do que irão trabalhar aqui, tendo mais ideias do que pode e como fazer. Com conhecimento, a gente vai desenvolvendo e lapidando este futuro profissional”, diz Luana.

Por outro lado, Damarys reforça a importância do incentivo da empresa em oferecer oportunidades a jovens estudantes. “Quando comecei a estagiar, eu não tinha experiência nenhuma. Muitas empresas requerem isso, inclusive de quem está começando, e na GTOP foi diferente. Todos me auxiliaram desde o início e me ensinaram a trabalhar, o como e o que fazer. Ganhei responsabilidades muito grandes e tive que assumi-las, por isso considero o estágio importante para o meu amadurecimento e meu crescimento. Ampliou meus horizontes e minha visão de futuro, como profissional”, aponta.

Para Damarys, foi por meio do curso técnico que ela pôde desenvolver competências e habilidades que a fazem se destacar em suas funções. “Falar em público e fazer apresentações era um desafio para mim. Mas no fim do 3º ano tivemos que fazer o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e passei por todas as fases, da elaboração da parte teórica, da pesquisa, até chegar na apresentação, quando precisei deixar o nervosismo de lado e mostrar nossas ideais para que os professores acreditassem que eram boas e válidas. E a banca técnica costuma ser bastante rigorosa”.

Essencial no setor da engenharia, a tecnologia facilita o dia a dia de quem atua no segmento e está em evolução contínua. Luana acredita que a inovação e os jovens são a junção perfeita. “É uma característica das juventudes de hoje serem curiosos e, naturalmente, eles já vêm com essa sagacidade de fora. Potencializamos esse conhecimento no jovem e com isso temos uma ótima combinação”.

Damarys concorda sobre a importância da tecnologia e acrescenta: “A Inteligência Artificial (IA) também tem contribuído muito para a engenharia e a mecânica e é extremamente positiva. Tem se feito cada vez mais presente e nos dá maior assertividade nas medições, o que pode deixar os processos com menos margem de erro”.

Para o futuro, a hoje estudante de engenharia tem planos: se especializar em projetos mecânicos e abrir o próprio negócio. “O curso técnico me abriu horizontes e tenho certeza de que terei um futuro brilhante graças a ele. Ao terminar a faculdade, quero fazer pós-graduação e continuar minha formação. Não vou parar porque o estudo ninguém tira de você. Alguém pode te levar tudo, menos seu conhecimento”.

Já Luana, como uma profissional que atua com novos talentos, deixa uma mensagem importante para empresas e recrutadores. “Contratem jovens com formação técnica e que estão buscando mercado. Vocês irão se surpreender com o que irão encontrar em um egresso ou em um estudante. Garanto que haverá muita proatividade, vontade de aprender e conhecimento técnico”, finaliza. 

(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho em junho de 2024) 

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