Estudante egressa do curso técnico de informática viu na EPT o incentivo para a educação superior
Maria Luiza se formou no curso técnico de informática pela Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará Doutor Celso Malcher (Eetepa), em Belém, no Pará, e hoje atua na Fundação Guamá, instituição gestora do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Conhecido como o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na região norte do país, o espaço tem o objetivo estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável. É nesse local de pesquisa e inovação que Maria Luiza coloca em prática tudo o que aprendeu durante sua formação técnica, que foi incentivada por sua família. “Minha mãe também é técnica, ela fez o curso de enfermagem do trabalho e sempre acreditou que o ensino técnico seria uma base sólida para o meu futuro no mundo do trabalho”, relembra Maria Luiza.
A decisão de ingressar na Educação Profissional e Tecnológica surgiu no final do Ensino Fundamental, quando Maria Luiza e sua mãe buscavam uma escola para o Ensino Médio. Elas encontraram a escola técnica e a escolha do curso de informática se deu pela amplitude de oportunidades que a área oferece no cenário atual. “Há uma gama de possibilidades envolvendo a informática, como conhecimentos em documentos, planilhas, tão usadas hoje em dia”, explica ela.
O início do curso técnico foi um desafio, mas também uma oportunidade de crescimento e aprendizado. “No começo, no primeiro ano, era tudo muito novo, porque eu não tinha tanto contato com computador, no geral, ferramentas ou qualquer coisa do tipo”, recorda Maria Luiza. No entanto, com o apoio dos professores e colegas, ela rapidamente superou as dificuldades iniciais e começou a se destacar. “Com o tempo, fui aprendendo e os professores nos ajudavam até quando não tínhamos aula”, diz ela, destacando o papel fundamental dos educadores em sua formação. O curso não se limitou ao ensino das ferramentas básicas; Maria Luiza e seus colegas foram gradualmente introduzidos a conteúdos mais complexos, como programação de sites e aplicativos. “Foi muito proveitoso, principalmente para as expectativas atuais do mundo do trabalho, a gente já chega muito preparado”, afirma.
A experiência prática foi uma parte crucial da formação de Maria Luiza. Durante o curso, ela teve a oportunidade de estagiar na Fundação Guamá, onde foi efetivada. Foi lá que Maria Luiza pôde aplicar diretamente o que aprendeu na escola técnica. “A Fundação abriu essa vaga para nível técnico para quem ainda estava cursando, minha coordenadora do curso me avisou e me incentivou a me inscrever”, conta. Esse estágio não só proporcionou uma valiosa experiência profissional, mas também abriu portas para que Maria Luiza assumisse responsabilidades cada vez maiores. “Entrei como estagiária e faz mais de um ano que estou aqui. Comecei com funções básicas, como guardar arquivos, organizar pastas, mas depois fui ganhando mais experiência e outras atribuições. Hoje, eu trabalho com atividades administrativas, atendimento, laboratório e inovação”, detalha. A combinação de tarefas rotineiras com desafios de maior complexidade, como a criação de planilhas automatizadas e a programação em Python, tornou o dia a dia da jovem mais profissional.
Para Maria Luiza, a EPT não foi apenas uma formação técnica, mas também uma base sólida que a inspirou a seguir em frente e buscar a educação superior. “No técnico, tive certeza do que gostava e segui em frente. Minha professora sempre dizia para usarmos o curso técnico como incentivo para continuar”, lembra. A escola promovia diversas atividades voltadas para o futuro acadêmico dos estudantes, incluindo feiras vocacionais que apresentavam as oportunidades disponíveis no ensino superior. “Sempre nos mostrava as possibilidades que poderíamos seguir, levando a gente para dentro das universidades, para ver o que poderíamos fazer a partir do nosso curso técnico”, ilustra. Foi em uma dessas feiras que Maria Luiza teve a certeza de que queria continuar seus estudos. “Os estudantes de ciências da computação falaram sobre o curso, e eu gostei muito. Decidi ali que era isso que eu queria para o meu futuro”, afirma.
Segundo ela, o curso técnico em informática não só lhe deu as ferramentas necessárias para ingressar na universidade, mas também a colocou à frente de seus colegas em termos de conhecimento prático. “Ter o curso técnico na mesma área me ajuda muito na universidade”, afirma.
A transição para a universidade trouxe novos desafios, mas Maria Luiza se manteve firme em seus objetivos, equilibrando estudos, estágio e outras atividades. O apoio de sua família foi crucial nesse processo, especialmente o incentivo constante de sua mãe, que desde o início acreditou no potencial da EPT como caminho para o sucesso acadêmico e profissional. “Minha mãe descobriu essa escola técnica e falou: 'você vai se formar em técnico, depois vai fazer faculdade e continuar nessa área'. Segui esse plano, e deu certo”, narra.
Hoje, Maria Luiza sonha e planeja um futuro em que possa contribuir de forma significativa para sua comunidade. “O fato de estar aqui dentro do Parque de Ciência e Tecnologia, eu tenho contato com startups e empresas dessa área”, diz, destacando o desejo de usar sua formação em tecnologia para beneficiar o estado do Pará, especialmente na área de educação. “Na universidade, usamos um programa de física para criar experiências digitais, simulando fenômenos como aceleração e resistência do ar. Eu penso como seria bacana as escolas terem isso na hora de aprender física”, comenta. Ela pretende tornar essas ferramentas acessíveis às escolas públicas, descomplicando o ensino de disciplinas que tradicionalmente apresentam dificuldades para os estudantes. “Quem sabe, transformar isso em um aplicativo para ensinar física no Ensino Médio, deixando o aprendizado mais acessível e interativo”, reflete. Maria Luiza enxerga essa iniciativa como uma forma de contribuir para a educação em sua comunidade, utilizando a tecnologia para facilitar o entendimento e o envolvimento dos estudantes. Ela também expressa um interesse crescente em buscar formas de desenvolver tecnologias que tornem a educação mais inclusiva e acessível para todos. “É para o futuro, e, por enquanto, quero aprender”, conclui, com os olhos voltados para as possibilidades que o conhecimento e a educação podem trazer.
(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho em maio de 2024)
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