Webinar O Mundo do Trabalho - Boas Práticas, promovido pela Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul, com apoio do Itaú Educação e Trabalho, discutiu formas de aproximar a escola e o mundo do trabalho
Docentes de escolas públicas do Rio Grande do Sul foram convidadas a apresentar suas experiências aproximando o mundo do trabalho e a escola durante o webinar O Mundo do Trabalho - Boas Práticas, promovido pela Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul, com apoio do Itaú Educação e Trabalho, e transmitido no início de junho. O encontro refletiu sobre a importância da formação profissional contextualizada com as demandas e exigências do mundo do trabalho, apresentou o percurso de formação e compartilhou experiências do processo formativo dos participantes. O objetivo era potencializar e publicizar os resultados alcançados no processo formativo dos profissionais participantes.
Na abertura do evento, a coordenadora de Implementação do Itaú Educação e Trabalho, Rita Carmona, ressaltou a importância da qualificação dos estudantes: “A gente realiza apoio técnico a mais de 16 estados do Brasil, sempre pensando na qualificação e na expansão da educação profissional e tecnológica”, explicou. “Nosso trabalho tem como missão proporcionar mais oportunidades para os jovens de escolas públicas para que eles possam entrar no mundo do trabalho com maior qualidade.”
O diretor da Superintendência da Educação Profissional do RS, Frederico Guedes, também ressaltou: "A gente fica muito contente de poder disponibilizar um espaço onde muito mais do que conceitos teóricos a gente consegue trazer colegas que participaram dessa caminhada do percurso formativo. É um espaço genuíno para se falar sobre o mundo do trabalho e tratar de experiências a respeito dele”.
Guedes explicou que a educação profissional está presente em 157 escolas do estado. No total, são 2.583 profissionais associados à gestão e docência de Educação Profissional e Tecnológica (EPT), e mais de 28 mil estudantes matriculados.
“Fazer essa interlocução entre a escola e o mundo do trabalho é um desafio. É importante se ater à realidade dos alunos. Isso ajuda a ver a relação da realidade com o mundo globalizado, as relações das pessoas, os processos produtivos. Assim, a teoria faz muito mais sentido”, explicou o consultor do Itaú Educação e Trabalho Paulo Cunha, que introduziu a discussão e comentou os casos apresentados pelas professoras.
Este percurso formativo busca ampliar a compreensão sobre o mundo do trabalho e analisar o trabalho como princípio educativo, além de identificar os pressupostos de uma formação integral na trajetória do estudante e conhecer a ementa do componente curricular do mundo do trabalho.
Casos de sucesso
Para ajudar seus alunos a entenderem como funciona e quais as possibilidades no mundo do trabalho, a professora Giovana Picolo, da escola São Paulo de Tarso, em Pinhal da Serra (RS), apoiou seus estudantes a criarem uma empresa fictícia para preparar e vender lanches. A ideia, segundo ela, era incentivá-los a colocar a mão na massa. “Eles tiveram que fazer um levantamento de preços nos mercados, calcular quantos lanches fariam, quanto gastariam, por quanto venderiam os produtos e qual seria o lucro. Assim é melhor para aprender do que ficar só na teoria”, explicou.
Entre os casos de sucesso apresentados durante o webinar, duas professoras destacaram a importância de colocar os estudantes e suas habilidades no centro da discussão. “Montamos um teste sobre múltiplas inteligências, identificando as habilidades que mais se sobressaiam entre os alunos. Isso ajudou os estudantes a se reconhecerem. A partir disso, eles fizeram entrevistas com profissionais das áreas que mais interessavam a eles para aprenderem como é o trabalho dessas pessoas”, contou Paula Carvalho, professora do Instituto Estadual Arcoverde, em Passo Fundo (RS).
“Os alunos pesquisaram sobre as profissões que interessavam a eles e elaboramos perguntas para que eles olhassem para si mesmos a fim de entender as habilidades que eles tinham”, disse Marina Carvalho, professora da escola Presidente Kennedy, em Lagoa Vermelha (RS).
Segundo Paulo Cunha, este processo é fundamental nessa inserção dos estudantes ao mundo do trabalho. “Olhar para o sujeito a partir das suas aptidões significa reconhecer a importância da diversidade dentro da escola e dentro da sala de aula. Quando a gente olha para as características e singularidade do sujeito, a aula, a escola, fica muito mais rica. É preciso entender as aptidões e desafiá-los a ampliar essas aptidões. É preciso colocar os estudantes no centro desse processo”, disse.