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“Cursos técnicos representam a chance de poder seguir uma área profissional”

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Cauan Costa, do Piauí, vê no curso técnico em informática uma possibilidade para formação profissional e para ajudar pessoas em condições de vulnerabilidade social

Cauan Costa é estudante do curso técnico em informática no Centro Estadual de Educação Profissional Rural Frei José Apicella, na cidade de Guadalupe, no Piauí. Apaixonado por informática, ele encontrou a chance de aprofundar seu conhecimento na área ao mudar-se para o atual município, vindo de uma cidade pequena do interior do estado. “Desde criança eu tenho afinidade com informática, mas não tinha oportunidade. Quando cheguei em Guadalupe pude abraçar essa chance que não havia na minha cidade natal”, comenta o estudante. 

Para Cauan, os cursos técnicos em áreas como agropecuária, administração e informática são cruciais em locais mais afastados, pois oferecem aprendizados que, de outra forma, seriam muito difíceis. Além disso, ele ressalta a importância do ensino profissional por estimular o interesse dos estudantes pelo mundo do trabalho, fornecendo-lhes uma base sólida para futuras carreiras. “Em lugares mais remotos, os cursos técnicos são como uma oportunidade para quem não mora em uma capital, são a chance de poder seguir uma área”, explica. 

Cauan destaca a solidez dos métodos utilizados no Centro Estadual de Educação Profissional Rural Frei José Apicella, como o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) obrigatório e do estágio, que proporciona aos alunos uma visão prática do mundo do trabalho. “A gente passa por um TCC e pelo estágio que servem para o aluno ter uma noção do que ele vai poder fazer se ele quiser seguir nessa área”

O projeto de conclusão de curso de Cauan reflete sua dedicação à inclusão social por meio da informática. Inicialmente voltado para a inserção da informática na vida de pessoas em condições de vulnerabilidade social, o projeto evoluiu para atender especialmente aos deficientes visuais. “Eu conheço algumas pessoas com deficiência visual, que muitas vezes não têm acesso à escola, ao mercado, mas que merecem e desejam estar nesses espaços. Meu projeto tende a incluir essas pessoas, nessa escola, ou em outras”, comenta. 

Ele desenvolveu, por exemplo, uma luva eletrônica, ainda em fase de protótipo, que usa componentes como uma placa Arduino (plataforma de criação e fabricação de protótipos de forma fácil e flexível), um sensor ultrassônico (dispositivo que transmite ou capta energia em ondas de ultrassom) e um buzzer (dispositivo de sinalização de áudio) para criar uma ferramenta inclusiva que pode ser um divisor de águas na vida de deficientes visuais. “Quando o sensor detecta uma proximidade, ele manda um sinal para o Arduino, que vai controlar a frequência de energia que vai ser mandada para o buzzer. Por exemplo: eu aponto minha luva para um determinado lugar, que está longe, então a frequência do som vai ser fraquinha, conforme você vai se aproximando a frequência aumenta”, explica. 

Ao projetar o futuro, Cauan revela sua ambição de continuar na área da informática e cursar o ensino superior. “Quero fazer um superior de ciências da computação ou engenharia de software. Quando a oportunidade surgir, vou abraçar”, diz. Para ele, o curso técnico oferece uma introdução avançada e essencial para quem almeja seguir na área. “O curso técnico é essencial pois oferece uma introdução na área. No ensino superior, o aluno não vai aprender a mesma coisa, ele já vai para o avançado. Mas, o fundamental para ser um bom profissional, as experiências, estão no curso técnico”, conclui.

(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho)
 

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