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Busca por saúde e bem estar cria oportunidades na economia do cuidado

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Ocupações de apoio a pessoas de todas as idades geram oportunidades e devem criar 299 milhões de empregos em todo o mundo

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As atividades voltadas à construção do bem-estar para pessoas de todas as idades, seja pela produção de efeitos sobre a saúde mental ou pela produção de efeitos relacionados ao corpo, têm causado um aumento significativo no número de profissionais cadastrados como cuidadores. No geral, a busca por uma “vida saudável” vem crescendo ao longo do tempo, o que tem implicações no aumento da demanda por determinadas atividades. Essa demanda alimenta uma nova área de atuação profissional com grande potencial de ajudar na introdução de jovens no mundo do trabalho: a economia do cuidado.

Apesar de o foco central ser o apoio a idosos, trata-se de uma atividade complexa, dado que tanto a demanda quanto a oferta são diversas. Há, principalmente, a demanda de cuidado de idosos, crianças e pessoas com deficiência, porém, também há uma demanda de serviços de cuidado que tanto indireta quanto diretamente associa-se aos trabalhadores, como no caso daqueles relacionados à maternidade. O investimento nessa área, considerando o acesso universal, além de combater desigualdades, tem potencial de gerar muitas oportunidades de emprego.

O mercado de prestação de cuidados compreende dois tipos de atividades sobrepostas: as atividades de cuidados diretos, pessoais e relacionais e as atividades de cuidados indiretos. As primeiras dizem respeito a, por exemplo, alimentar um bebê ou cuidar do cônjuge doente; já as segundas envolvem atividades como cozinhar e limpar. É um setor novo que abarca uma grande diversidade de serviços e profissionais, como enfermeiros, cuidadores, empregados domésticos, babás etc. Essa economia compreende as carreiras de atenção e atendimento à saúde, carreiras de bem-estar e carreiras de suporte doméstico familiar. 

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A Organização Internacional do Trabalho estima que a economia do cuidado crie oportunidades para 299 milhões de empregos até 2035 em todo o mundo. No Brasil, este campo da economia do cuidado cresceu 547% - indo de 5.263 para 34.051 postos de trabalho -, entre 2007 e 2017, segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Esses dados apontam que as ocupações no campo do cuidado têm crescido nos últimos anos, de forma a fomentar economias relativas à população de todas as idades que podem precisar de apoio. Além disso, o envelhecimento populacional pode ampliar o ciclo de vida produtivo e demandar novas competências e habilidades de adolescentes e jovens que se encontram em período de formação profissional.

A economia do cuidado faz parte de um grupo de cinco tipos de “economias emergentes”, que apresentam o maior potencial de crescimento nos próximos anos. São elas: a economia verde, a economia do cuidado, a economia prateada, a economia criativa/laranja e a economia digital. Em cada uma dessas economias há diferentes setores e diversas possibilidades de desenvolvimento de carreiras. Tais economias foram apontadas como tendência pelo estudo “O Futuro do Trabalho para as Juventudes Brasileiras”, realizado pelo Instituto Cíclica em parceria com o Instituto Veredas com apoio de Itaú Educação e Trabalho, Fundação Roberto Marinho, Fundação Arymax, Fundação Telefônica Vivo e GOYN SP. 

No contexto da economia do cuidado, existe tanto o trabalho remunerado quanto o não remunerado. O trabalho remunerado compreende uma grande diversidade de serviços e profissionais (como de enfermagem, docentes, médicos, assistentes sociais etc.). Também fazem parte do mercado do cuidado, direto ou indireto, os trabalhadores domésticos.

A profissionalização das ocupações é o principal desafio a ser enfrentado no Brasil no contexto dessa nova economia. O movimento, de construção de políticas voltadas à regulação, certificação e qualificação do cuidado, poderá criar uma nova conjuntura, em que as tarefas de cuidado sejam externalizadas do contexto familiar e inseridas no mundo do trabalho. A partir do aquecimento das áreas profissionais relacionadas à economia do cuidado, o estudo do Itaú Educação e Trabalho com organizações parceiras reforça a importância da formação profissional das juventudes, alinhada às tendências do mundo, para que essa parcela da população aproveite as oportunidades que despontam.