Economia digital deve atingir 25% do PIB global até 2025
O avanço da tecnologia está transformando o mundo de trabalho em todo o planeta, eliminando postos de trabalho de menor complexidade e tornando a inclusão digital de trabalhadores e empresas um requisito essencial para a inclusão no setor produtivo. A pandemia da Covid-19 acelerou essa transformação, levando empresas a adotarem o teletrabalho, a digitalização de processos e a automação para manter o funcionamento em um contexto de escassez temporária de trabalho.
Este processo está relacionado ao crescimento da economia digital. Trata-se do uso da tecnologia, tanto de máquinas, softwares, aplicativos, dispositivos móveis, sistemas de gerenciamento em nuvem e criptografia, com impactos tanto para os novos setores econômicos quanto para os mercados tradicionais.
A economia digital faz parte de um grupo de cinco“economias emergentes”, que apresentam o maior potencial de crescimento nos próximos anos. São elas: a economia verde, a economia do cuidado, a economia prateada, a economia criativa/laranja e a economia digital. Em cada uma dessas economias há diferentes setores e diversas possibilidades de desenvolvimento de carreiras. Tais economias foram apontadas como tendências pelo estudo “O Futuro do Trabalho para as Juventudes Brasileiras”, realizado pelo Instituto Cíclica em parceria com o Instituto Veredas com apoio de Itaú Educação e Trabalho, Fundação Roberto Marinho, Fundação Arymax, Fundação Telefônica Vivo e GOYN SP. O estudo apresenta as tendências do mundo do trabalho e o retrato das juventudes brasileiras, em busca de oportunidades para a inclusão produtiva de jovens.
Na economia digital, embora os setores sejam profundamente relacionados entre si quanto às atividades e habilidades requeridas, é possível agrupar as carreiras em três conjuntos principais: carreiras de engenharia eletrônica, carreiras de processamento de dados e inteligência artificial, carreiras de programação e cibersegurança. Em relação a seus impactos, ela já está criando transformações em diferentes áreas e demandando formações profissionais cada vez mais modernas. Alguns exemplos de como a economia digital pode se relacionar com áreas do mundo trabalho são:
Agropecuária - A digitalização dos sistemas alimentares, a partir das chamadas agtechs, tem sido adotada para promover o desenvolvimento sustentável, articular as cadeias de suprimento, rastrear e certificar os produtos.
Comércio - A transição dos canais de venda físicos para plataformas de comércio digital é um processo que já estava em andamento antes da pandemia, mas foi intensamente catalisado pelo isolamento social.
Educação - Os impactos surgem a partir do legado do ensino híbrido/remoto, da disseminação dos cursos e plataformas educacionais de capacitação e formação online, bem como do crescimento do EAD no ensino superior.
Saúde - A telemedicina foi uma das tendências aceleradas pela pandemia. São exemplos desse movimento a inserção de dispositivos de vestuário para monitorar a saúde e a popularização das consultas online com profissionais de saúde (médicos, nutricionistas, psicólogos, etc.). Isso tem ocorrido inclusive por meio de grandes plataformas que atuam como mediadoras entre profissionais e pacientes.
Indústria - Os efeitos da Quarta Revolução Industrial têm modificado toda a organização da cadeia produtiva e de seus membros. Também conhecida como Indústria 4.0, ela envolve a adoção de sistemas ciberfísicos, como a Internet das Coisas – que consiste em uma rede de dispositivos inteligentes interligados para enviar e receber dados – e a Internet dos Sistemas – caracterizada pelos sistemas de utilização dos dados de redes da Internet das Coisas para elaborar estratégias de negócios, como marketing e vendas.
Uma agenda que pretenda inserir verdadeiramente o Brasil na economia digital global deverá envolver não apenas o investimento em produção de tecnologias, mas também a distribuição de infraestruturas digitais e o desenvolvimento de habilidades tecnológicas. É preciso qualificar as juventudes para enfrentar essa tendência do mundo do trabalho, que é uma economia cada vez mais digital. A EPT pode ser uma fonte de qualificação importante para os estudantes que olham para a economia digital como caminho a seguir profissionalmente.