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Ana Inoue: O papel da educação na agenda climática

Ana inoue
Juventudes
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Em artigo, superintendente do Itaú Educação e Trabalho analisa como as juventudes podem contribuir para criar soluções para as questões a serem enfrentadas

A educação precisa acompanhar a emergência das mudanças climáticas no mundo e ser parte mais ativa dessa agenda, de eventos realizados sobre a temática e das soluções para as questões do clima. Esta é a reflexão que Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, propõe em sua coluna mensal no jornal Valor Econômico, publicada sexta-feira (11/10), com o título “O papel da educação na agenda climática”.

Após participar do Climate Week 2024, realizado em setembro, em Nova Iorque (EUA), que reuniu lideranças empresariais, políticos, representantes da sociedade civil e da academia para discutir ações climáticas, Inoue avalia que a educação não está no centro deste debate e, segundo ouviu no encontro, não tem conseguido acompanhar o ritmo acelerado das mudanças climáticas que o mundo enfrenta hoje. No texto, ela questiona: Será isso mesmo? E por que isso acontece?

Como ela destaca, a questão climática coloca a humanidade diante de sua essência: os seres humanos necessitam um do outro para que a espécie não se extinga e, agora, para sobreviver. “Se não formos capazes de compreender que a questão climática envolve todos nós e exige uma reação coletiva, de fato levaremos o mundo a um triste fim, não sem antes impingir um alto grau de sofrimento aos sobreviventes”. 

Para a superintendente, há muito a fazer e os próximos anos precisam ser o período de uma transição orquestrada, organizada, combinada, definitiva, justa e inclusiva. Porém, as tragédias climáticas evidenciam as desigualdades, não apenas as internas do país, mas entre os países desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento. E diminuí-las faz parte dos acertos. “Investir na formação de gente certamente é uma escolha acertada. Do contrário, ainda que consigamos diminuir o desmatamento, por exemplo, avançaremos pouco sem pessoas bem formadas. Volto a lembrar que temos 88,8% das matrículas do ensino médio na escola pública. Serão a maioria dos adultos em breve. Se não olharmos para a educação e não formos capazes de formar dignamente nossas juventudes, arcaremos com as consequências disso. A transição energética traz a emergência para a educação”, explica.

Nesse contexto, Inoue vê a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) como a modalidade de ensino com mais instrumentos e condições para enfrentar as incertezas da questão climática. Ela pondera que, apesar de a educação não estar no centro do debate sobre clima, ela é parte essencial da solução, principalmente ao dar condições para que as juventudes possam efetivamente conhecer o problema, lidar com ele, participar da construção de soluções e criar cenários ainda nem imaginados. “Para isso acontecer, temos que atualizar a formação, alinhá-la com as principais questões atuais emergenciais e criar formas de aprender, ensinar e engajar as juventudes neste imenso problema que temos. A EPT é moderna, une teoria à prática, tem o trabalho como princípio educativo e está alinhada com as tendências do futuro do mundo do trabalho. Ela poderá acompanhar com a agilidade necessária não só o cenário que está colocado no ritmo da urgência, mas também aqueles que ainda surgirão. É uma modalidade de ensino que pode provocar as juventudes a articular todo o conhecimento acadêmico e técnico para criar soluções para os problemas contemporâneos, ajustando-se à constante transformação que demanda ajustes em ritmo acelerado”, conclui. 

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