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Ana Inoue: Educação profissional para combater a exclusão

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Em artigo, superintendente do Itaú Educação e Trabalho analisa quais são os caminhos para reverter a situação dos jovens fora da escola

O trabalho é um dos principais motivos que fazem as juventudes brasileiras interromperem o ensino básico sendo, também, um dos principais aspectos para retornarem à sala de aula, pensando em obter um bom emprego após a conclusão dos estudos. Esta é a reflexão que Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, faz em sua coluna mensal no jornal Valor Econômico, publicada nesta sexta-feira (15/02), com o título “Educação profissional para combater a exclusão”. O texto analisa o contexto evidenciado pelo estudo “Juventudes fora da escola”, realizado pela Fundação Roberto Marinho e pelo Itaú Educação e Trabalho. 

Segundo a pesquisa, 73% dos jovens pretendem voltar à escola para concluir o ensino médio, e entre eles, 77% têm intenção de cursar o ensino técnico. A necessidade e urgência de ter renda e de apoiar a família no sustento para sobreviver faz com que muitos abram mão dos estudos em determinado momento de suas vidas e se lancem no mundo do trabalho, sem nenhum preparo, e muitas vezes expostos a trabalhos precários. Ao mesmo tempo, a falta da conclusão dos estudos é vista como barreira para conseguirem condições mais dignas de trabalho, desenvolvimento profissional e oportunidades futuras. E, por isso, grande parte deseja voltar à sala de aula, na intenção de melhorar a qualidade de vida e suas perspectivas profissionais. “A busca por um caminho profissional faz sentido quando compreendemos que o trabalho confere um lugar social, é um caminho para melhorar de vida e representa sentido e satisfação pessoal”, analisa Inoue. 

Dos 1,6 mil jovens escutados na pesquisa, a maioria é composta por homens negros com renda familiar per capita de até um salário-mínimo. Além disso, 60% dos homens e 80% das mulheres já têm filhos. A realidade das juventudes fora da escola é resultado de ciclos de pobreza e exclusão que foram negligenciados e tratados como efeitos marginais e, segundo Inoue destaca no texto, precisa ser corrigido rapidamente. 

A autora reforça que os jovens têm dito que precisam estudar e trabalhar sem que uma atividade exclua a outra. “Este desejo das juventudes vale ouro, porque é a condição primeira para que consigam restabelecer um ciclo de aprendizagem, de desenvolvimento profissional e de continuidade dos estudos. Tudo isso depende das juventudes quererem. E elas querem!”, afirma.  

São muitas as soluções para reverter essa situação e a superintendente destaca que uma das partes principais é a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) moderna e atualizada, articulada ao Ensino Médio regular e à Educação de Jovens e Adultos (EJATEC), que ganha relevância por atender ao principal ponto destacado pelos estudantes.  

“Todas as soluções precisarão ser ajustadas às especificidades dos territórios – os estados possuem condições e possibilidades distintas – e exigirão a construção de políticas intersetoriais específicas. No entanto, há uma parte comum a todos: a democratização da formação profissional para as juventudes e a inclusão produtiva digna. Precisamos desenvolver a consciência da urgência para que possamos imprimir a agilidade e velocidade necessárias na construção de caminhos. Temos o mais valioso que é o “querer” dos jovens. Nossa parte é criar oportunidades de educação e trabalho para estes mais de 9 milhões de 15 a 29 anos excluídos das escolas e, com isso, direcionar o país para o crescimento, prosperidade e redução da pobreza e das desigualdades”, conclui Inoue. 

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